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13 de Setembro de 2013 | Entrevistas | Encuentro Nacional del Movimiento de Afectados por Represas | Anti-neoliberalismo | Direitos humanos | Justiça climática e energia
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O Encontro Nacional do MAB teve um forte caráter de luta e de mobilização. Nos dois últimos dias foram realizadas duas mobilizações importantes no centro de São Paulo: um escracho a duas transnacionais envolvidas em casos de corrupção no sistema de transporte dessa cidade (Alstrom e Siemens, veja aqui a matéria), e uma grande marcha por soberania energética por uma das principais avenidas do Brasil, a Av. Paulista.
Na última marcha somaram-se o movimento Levante Popular da Juventude, e a Federação Única dos Petroleiros (FUP). Estas organizações integram a chamada Plataforma Camponesa e Operária para Energia, da qual também fazem parte a Via Campesina, o Movimento de Atingidos por Barragens, o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), a Central dos Movimentos Populares, a Federação Nacional dos Urbanitários, a Federação Interestadual de Sindicatos de Engenheiros, a Central Geral dos Trabalhadores Brasileiros (CGT) e a Central Única dos Trabalhadores (CUT).
A unidade na luta
Minutos antes do inicio da marcha, Rádio Mundo Real conversou com José Antônio de Moraes, dirigente da FUP. Moraes começou a entrevista destacando a importância da articulação entre os movimentos do campo e da cidade que está acontecendo a través da plataforma: “é muito importante porque forma uma consciência de que tantos os trabalhadores, quanto os povos que são atingidos pelos diversos projetos, todos somos explorados e atingidos pelos megaprojetos.”
Assim, exemplificou como o modelo energético atual no Brasil impacta sobre os diversos setores da população: “morrem muitos trabalhadores nos projetos energéticos por acidentes de trabalho. Tem condições precárias de trabalho, e existe muita terceirização. Assim também não se respeitam os povos; estimamos que cerca de 250 000 pessoas serão atingidas pelos projetos energéticos futuros do Brasil.”
Contra as privatizações
A questão energética nos últimos anos tem adquirido um lugar importante na agenda política brasileira; projetos como a hidrelétrica de Belo Monte no estado do Pará ou as descobertas de reservas importantes de petróleo nas chamadas camadas de pré-sal, estão fazendo parte dos debates sobre soberania energética que os movimentos sociais estão colocando para o conjunto da população.
Um dos objetivos da mobilização foi justamente denunciar o aumento da privatização da energia no Brasil: “Hoje aqui nós estamos nos mobilizando contra a 12ª rodada de leilões da Agência Nacional de Petróleo. Os leilões têm permitido o avanço do setor privado no petróleo e no gás no Brasil. Das 10 principais empresas que produziram petróleo no Brasil em 2012, 9 eram privadas e 8 estrangeiras.”
Para Moraes, “fundamentalmente o setor estrangeiro, quando produzem petróleo e gás buscam o lucro fácil, e não os interesses dos povos e o respeito aos trabalhadores e ao meio ambiente”.
No ato de encerramento da marcha, os dirigentes do MAB e da Plataforma Operária e Camponesa para Energia, exigiram ainda a imediata formulação de uma política de direitos dos atingidos por barragens, e a criação de um fundo para execução dos programas de recuperação e desenvolvimento das comunidades atingidas.
O dirigente do MAB, Robson Formica encerrou o ato reafirmando o compromisso dos movimentos sociais ali presentes para continuar nas ruas lutando por um projeto energético e popular para o país.
Ouça a entrevista completa com Moraes no arquivo anexo.
Fotos: Rafael Stedile /RMR/Convergência de Comunicação dos Movimentos Sociais
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