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12 de agosto de 2013 | | |

Feminismo popular e antisistema

O 9º Encontro Internacional da Marcha Mundial das Mulheres se aproxima. Entrevista com Nalu Faria.

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As militantes da Marcha Mundial das Mulheres (MMM) vão acertando os últimos detalhes para o que será seu 9º Encontro Internacional em São Paulo, de 25 a 31 de agosto. São vários os motivos que farão deste um encontro especial: será o encontro internacional com maior participação; mais de 1.600 mulheres participarão dos debates e oficinas, e cerca de 10 mil realizarão uma mobilização final no dia 31.

Além disso, o secretariado internacional da MMM, presente no Brasil desde 2006, mudará para outro país. O fato de o encontro ser realizado em território latino-americano reveste uma importância especial, pela ameaça de um renovado impulso conservador em vários países da região, que atenta contra a vida e os direitos das mulheres.

Para saber mais sobre as características deste próximo encontro internacional feminista, conversamos com uma das referentes da MMM Brasil, Nalu Faria. Além deste tema, na entrevista Nalu, que também é coordenadora da organização Sempreviva Organização Feminista, falou sobre vários outros tópicos: o surgimento da MMM como movimento de ruas e em de resistência a processos de neoliberalismo; o vínculo inseparável entre capitalismo e opressão das mulheres na concepção de feminismo da MMM; o atual avanço conservador em detrimento ainda mais dos direitos das mulheres, presente em vários países da América Latina; e a situação específica do Brasil neste sentido.

Feminismo popular, internacionalista e anticapitalista

Em 1995 tem inicio o que hoje em dia é a MMM. Nesse ano, o movimento de mulheres de Quebec (Canadá), fez a marcha Pão e Rosas, denunciando a firma do Tratado de Livre Comércio da América do Norte (TLCAN) entre Estados Unidos, México e Canadá. Esta ação foi precedente e inspiração para que, diante do aprofundamento da globalização neoliberal, uma articulação de mulheres em nível internacional, decidira realizar várias ações no ano 2000 em nível internacional contra a pobreza e a violência, desde uma perspectiva anticapitalista.

A partir destas ações é que se consolida a MMM, que atualmente está em quase 70 países de todos os continentes. A partir dali e a cada cinco anos, o movimento leva a cabo estas ações internacionais, levantando nas ruas do mundo suas reivindicações definidas ao redor de 4 campos de ação, conforme explica Nalu: Trabalho e autonomia das mulheres; Luta contra a violência; Bens comuns e serviços públicos; e Paz e desmilitarização.

Além de questionar e combater o neoliberalismo, o feminismo da MMM entende que é necessário que as mudanças atinjam o sistema capitalista. Ao ser perguntada sobre a relação entre a luta feminista e a de denúncia e combate ao sistema capitalista, Nalu afirma: “Não se pode pensar a opressão das mulheres, a discriminação contra as mulheres, por separado do que é a organização da sociedade mesma. Na verdade, é ao contrário: buscamos justamente compreender que, embora o patriarcado seja muito mais antigo que a sociedade de classes, o capitalismo tem incorporado a opressão das mulheres, o patriarcado, como estruturante de sua economia e de sua forma de funcionar. Portanto, se quisermos mudar a vida das mulheres, não há como, se não mudarmos o sistema”.

“Feminismo em marcha para mudar o mundo”*

O Brasil recebe por primeira vez um encontro internacional da MMM; sobre os objetivos e expectativas deste 9º encontro, a militante feminista contou: “Queremos em primeiro lugar, ter um momento forte de intercâmbio e diálogo entre as mulheres do Brasil e as de outros países, já que estivemos a cargo durante 7 anos do secretariado internacional. E por outro, ter neste momento a possibilidade de posicionar de maneira muito ampla o que chamamos de nosso feminismo”.

Sobre isto afirma: “Nós acreditamos que estamos em um momento de muito
s ataques ao feminismo, ao mesmo tempo em que estão surgindo novas expressões do feminismo de um ponto de vista mais liberal (...), e que começam a aparecer como “a” expressão do feminismo. E o que queremos é posicionar o que é um feminismo baseado na organização das mulheres a partir das bases; baseado não só em um ponto de luta, mas em uma visão antisistema e, portanto de construção de uma alternativa global”.

Ouça a entrevista completa no áudio anexo

Veja aqui a programação do encontro.

* Tema do 9º Encontro Internacional da MMM.

Foto: MMM Brasil

Assista o vídeo de chamada para o encontro:

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