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20 de Maio de 2013 | Crônicas | Asamblea Fundacional Movimientos del ALBA
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A Assembleia de Movimentos Sociais rumo à ALBA iniciou nesta quinta-feira com mais de 150 delegados e delegadas de todos os países da América Latina e o Caribe. Durante cinco dias os representantes de mais de 22 países debaterão os desafios da integração popular desde baixo e à esquerda nos marcos do projeto continental da ALBA.
Na jornada de hoje o integrante de Economistas de Esquerda (EDI), Claudio Katz, e a filosofa e educadora popular Isabel Rauber falaram sobre os desafios que possui a classe trabalhadora e os movimentos sociais diante da crise do capitalismo.
Katz referiu-se ao processo atual de crise do capital, causado pelas próprias contradições do sistema e analisou iniciativas populares que poderiam permitir a defesa das grandes maiorias sociais atingidas pela crise. No caso do modelo regressivo instalado na América Latina a meados da década de ’80, Katz considerou que continua assentado em cinco pilares: a agroexportação, a mineração a céu aberto, o extrativismo em grande escala, os esquemas industriais de maquilas, a nova e significativa gravitação do turismo e a massificação das remessas relacionada à emigração forçada que sofrem os empobrecidos de nosso povo.
Diante desta conjuntura e às respostas dadas pelas classes dominantes da região, o economista propôs a implementação de medidas econômicas que, a partir de uma ótica popular, permitam a América Latina avançar na integração e defender os povos da crise global.
Algumas das medidas propostas foram a aplicação do fundo cambiário comum, que não tem sido levado à prática; a aplicação do sucre como uma moeda regional; um controle de câmbio efetivo e a nacionalização de um sistema financeiro na área. Por último, destacou a importância do Banco do Sul, e a necessidade de obter fundos para que ele possa atuar em processos de reconstrução da América Latina.
Finalmente, Katz falou sobre a importância de que os movimentos sociais, com suas demandas possam gerar programas precisos para conseguir e conquistar a soberania financeira, alimentar e o sonho da soberania energética.
“Temos propostas para enfrentar a crise, reverter o modelo e enfrentar as políticas imperiais. Podemos fazê-lo porque temos um horizonte, um anseio, que é o socialismo, uma sociedade sem exploradores nem explorados, de democracia e igualdade”, afirmou.
Por sua vez, a pesquisadora e educadora popular, Isabel Rauber, falou do paradigma civilizatório herdado e os desafios dos movimentos sociais atualmente.
“Depois da queda dos socialismos reais, afirmou-se que era o fim da história. Caíram os paradigmas. Acabou a ideia de pensar que o poder era uma coisa e a revolução era um ato. Hoje lutamos contra o capital, mas também com os velhos paradigmas. Devemos mudar nós mesmos, devemos nos empoderar para revolucionar a construção de poder e mudar o rumo da história”.
Rauber além disso referiu-se aos desafios dos movimentos sociais, dentre eles, a construção de um sujeito coletivo, que permita avançar em um força político-social de liberação. A educadora comentou a importância de que se multipliquem sujeitos conscientes e experiências alternativas.
A educadora popular afirmou: “Temos grandes riquezas que tornam possível discutir o mundo de hoje. Este novo poder constrói-se de baixo, da raiz do problema. Temos que chegar a mudar o modo de produção e reprodução da vida. Fazer aquilo que o Che nos ensinou, ser capazes de tornar realidade com nossas ações, aquilo que pensamos, nossas ideias”.
Finalmente, falou da necessidade de torcer a conjuntura para que estes momentos somem a favor de nosso projeto estratégico.
“Esta Assembleia é uma mensagem de esperança. Aqui viemos com todas as construções, com a força de sobrevivência de séculos. Somos sobreviventes, que não ficamos ajoelhados, continuamos criando e hoje vemos os avanços em comum”, concluiu.
Fonte: albamovimientos.org através da Convergência de meios de comunicação dos movimentos sociais.
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