A medida tomada há um mês exatamente de outra decretada no município de Santa Cruz Barillas para reprimir a resistência à construção de uma barragem de um consórcio espanhol, atinge San Rafael Las Flores e Castillas, no departamento de Santa Rosa, e Xelajpán e Maraquescuintla, em Jalapa e tem um período de 30 dias.

Eric Hernández, de CEIBA-Amigos da Terra Guatemala informou em entrevista telefônica com Rádio Mundo Real que os municípios estão fortemente militarizados e que a origem da medida é devida à resistência a um projeto minerador que ameaça as comunidades.

No entanto, oficialmente o governo guatemalteco tem argumentado que a medida foi tomada pela presença de organizações narcotraficantes e paramilitares, o que conforme Eric tem servido como “justificativa para reprimir”.

Duas semanas atrás o governo da Guatemala autorizou a mina San Rafael para que inicie um projeto de "mineração subterrânea" para extração de prata, apesar do repúdio das comunidades que seriam atingidas por esse projeto. A mina San Rafael é subsidiária da canadiense Tahoe Rosources.

A população tem rejeitado a presença da mina no lugar, bem como do sistema de distribuição de royalties. Na segunda-feira passada uma vintena de policiais foram detidos e desarmados pelos moradores.

Nesta quinta-feira as forças de segurança invadiram estas populações com tanques e veículos militares, o que provocou pânico entre os moradores, conforme a imprensa guatemalteca.

Em uma situação similar no ano passado foram presas por funcionários privados da empresa, várias pessoas em Santa Cruz Barillas, tendo que pagar longas condenas sem imputações, nem provas.

Otto Pérez Molina é acusado de ser responsável de delitos de lesa humanidade no julgamento que está sendo levado adiante contra o ex ditador e general Efraín Ríos Montt. Por isso as organizações que acompanham os processos de resistência comunitários também vinculam este avanço autoritário a este processo judicial.

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