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22 de abril de 2013 | | | | |

Sonhos de paz

Avanços e retrocessos no processo de paz na Colômbia

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A instalação do Congresso para a Paz que se realiza em Bogotá, capital colombiana, de 19 a 22 de abril, deixou repleto o auditório Leon de Greiff da Universidad Nacional da Colômbia. Nesta universidade, a maior do país, reuniram-se mais de 15.000 pessoas para debater durante quatro dias as propostas da sociedade organizada.
Sendo que a capacidade do auditório não foi suficiente, milhares de pessoas permaneceram na praça Che Guevara, lugar emblemático da organização popular e estudantil, acompanhando o inicio do Congresso e dialogando sobre estas jornadas.

Enquanto continuam em Havana, capital de Cuba, os diálogos de paz entre o governo colombiano do presidente Juan Manuel Santos e as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC), as organizações e movimentos sociais do país exigem sua participação em um processo amplo de negociação. O momento político do país não tem precedentes em sua história. “O que caracteriza este momento é a consciência das pessoas de que é preciso participar, que já não é suficiente o fato de que somente alguns negociem o futuro do país, ou alguns se sentem para conversar sobre os problemas mais importantes, e a sociedade que tem se organizado, a gente que tem lutado todos os dias por um país diferente, exige esse processo de participação”, disse à Rádio Mundo Real Marylen Serna.

Serna é integrante da equipe dinamizadora do Congresso dos Povos. Na entrevista com o correspondente da Rádio Mundo Real na Colômbia, Danilo Urrea*, Serna destacou que diante do processo de paz não é suficiente que as pessoas saiam às ruas para aprova-lo. Insistiu na necessidade de que os povos façam propostas sobre seu conteúdo, quais são os mecanismos pelos quais se luta pela paz na mobilização, e qual é a capacidade de articular as diversas alternativas para lutar por essa paz que transforme a realidade.

A caracterização de ’congresso’ que possuem as jornadas destes dias em Bogotá está precedida pela necessidade das organizações e movimentos sociais de realizar exercícios de construção de legislação popular. O objetivo é promover leis dos povos para enfrentar as leis do desapossamento e da militarização dos governos das últimas décadas. Uma das inquietudes que tem surgido no Congresso para a Paz tem a ver com qual será o produto dos quatro dias do encontro e onde serão levadas as exigências dos legisladores. Sobre estas perguntas, Serna explicou que “existem temas que são centrais e sobre os quais já temos um diagnóstico bastante avançado, mas hoje estamos dizendo que já é hora de construir alternativas. Por exemplo, sobre a terra qual é a proposta, diante da presença das multinacionais o que deve ser feito. Isso vai dar um conteúdo mais concreto para a agenda social”. “Mas além de ter a agenda é preciso repensar mecanismos para superar a dispersão social que existe, ainda há muitos processos que atuam isolados, este Congresso teme uma grande responsabilidade de poder orientar esses cenários de articulação e de juntar os sonhos sobre a paz”, acrescentou.

Para a liderança, o cenário de diálogos de Havana é interessante, mas não é o lugar em que este Congresso levaria suas reflexões e exigências, já que teria que entregar a insurgência ou ao governo o documento de propostas para que eles o discutam. “Nós acreditamos que a força do movimento pela paz tem pensar quais são os cenários próprios onde devem ser discutidas essas problemáticas e sobretudo, para que o governo tenha a vontade política para fazer as transformações necessárias, o que certamente não vai ser assim tão simples, mas vai ser possível com uma forte mobilização”, disse Serna.

Sobre a existência de condições objetivas para a paz na Colômbia, a ativista afirmou que “quando o governo sai a marchar pela paz, por trás dessa aparente vontade está a legislação do desapossamento, está a negação dos direitos da população, está a criação de leis que cada vez ignoram mais as garantias para a organização e a mobilização”. “Enquanto se avança em parar o conflito armado, estamos retrocedendo na questão da justiça, dos direitos da gente; do jeito em que estão as condições, vai ser muito difícil que haja paz na Colômbia”, concluiu.

* Danilo Urrea é integrante de CENSAT Agua Viva – Amigos da Terra Colômbia.

Foto: patiobonitoaldia.com

(CC) 2013 Radio Mundo Real

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